segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Quarta-feira Negra

Perspectivas sombrias rondam a economia mundial e prometem uma quarta-feira de cinzas, bem negra, a saber:

  • As exportações chinesas desabaram 17,5% em janeiro/09 ante o mesmo período do ano passado e as importações caíram 43,1%, essa redução na balança comercial chinesa já custou o emprego de 20 milhões de pessoas, tornando muito difícil de ser atingido o crescimento de 8% do PIB neste ano, com certeza veremos a VALE cair mais para se ajustar a nova realidade de seu maior comprador;
  • Por falar em PIB, vejam os números mundo afora do último trimestre do ano passado, Alemanha -1,6%, Itália -2,6%, Espanha -1%, Reino Unido -1,8%, Coréia do Sul -5,6%;
  • O que para mim é o mais preocupante trata-se da mudança nos padrões de consumo dos americanos, no 4ºtrimestre de 2008 o consumo de alimentos caiu 3,7%, dentre outras coisas, eles estão levando café feito em casa para o trabalho em vez de comprar na lanchonete, isso por si só já demonstra que a recuperação da economia será mais lenta do que as projeções atuais, com certeza não antes do último trimestre deste ano;
  • O Deutsche Bank prevê retração de pelo menos 5% da economia da Alemanha em 2009, segundo revelou o economista-chefe da instituição Norbert Walter, em entrevista ao "Bild" desta segunda-feira.

Por essas e outras meus amigos é que não só a quarta-feira será negra como o IBOVESPA, afundará mais um pouco antes de ter uma recuperação sustentável.


Gostaria ainda de chamar a atenção para o livro "Finanças Comportamentais - Pessoas Inteligentes Também Perdem Dinheiro na Bolsa de Valores", lançado pela Editora Atlas, que foi escrito por Eduardo Camilo da Silva e Cláudio Henrique da Silva Barbedo, cuja sinopse encontra-se abaixo:

"As evidências revelam um repetido padrão de irracionalidade, inconsistência e incompetência na maneira com que os seres humanos tomam decisões em situações de incerteza." (Peter Bernstein) Esta observação, do mais respeitado pesquisador da área financeira, apresenta uma clara idéia da abrangência e importância de estudar Finanças Comportamentais numa época em que os mercados financeiros globalizados tornam-se cada vez mais presentes, direta ou indiretamente, no dia-a-dia do cidadão comum. Sua relevância é ainda maior no mercado brasileiro, pois só muito recentemente as pessoas passaram a considerar o investimento em ações como uma estratégia viável para a busca de seus objetivos pessoais de médio prazo. O fundo de ações de Robert Thaler, talvez o mais famoso guru de Finanças Comportamentais, apresentou nos últimos 10 anos retornos até três vezes superiores ao mercado, atuando com estratégias baseadas em princípios da teoria comportamental. Alguns autores afirmam que Finanças Comportamentais é um novo recomeço para as teorias econômicas. Outros, afirmam que é mais um modismo passageiro. Independentemente do que você acredite, os números dos retornos dos investimentos com base em estratégias comportamentais são irrefutáveis e impressionantes. Este livro busca explicar como os desvios de racionalidade a que todos nós estamos sujeitos afetam nossas decisões e mostrar suas conseqüências nos resultados dos nossos investimentos, na disposição ao consumo, nas aquisições de serviços, nas apostas e eventualmente no nosso relacionamento com outras pessoas.

Não pude ainda ler o livro, mas trata-se de um tema atualíssimo, levando-se em conta que a análise fundamentalista não tem sido suficiente, diante de tamanha crise, para avaliar as empresas, e que foi escrito por pessoas sérias e altamente gabaritadas.