O resseguro é o
sistema de seguros das companhias seguradoras, ou seja o IRB Brasil Resseguros SA assume a
responsabilidade de indenizar as empresas seguradoras por danos que
possam acontecer devido às apólices de seguros vendidas por elas.
A oportunidade da
vida acontece raramente e não podemos deixar passá-la, pensemos
juntos:
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o envelhecimento da população exigirá produtos diferenciados de seguro nas áreas de previdência complementar e de saúde;
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o agronegócio tem receitas de mais de 100 bilhões de dólares anuais e hoje menos de 5% da área cultivada no Brasil é protegida por seguro;
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todas as obras de saneamento, energia elétrica, ferrovias, estradas, portos, aeroportos necessitam do seguro-garantia;
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toda a exploração de petróleo precisa de seguro; e
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com os juros baixos o setor imobiliário crescerá muito e junto crescerá o seguro patrimonial.
O IRBR3 estava
cotado a R$ 44,90 no dia 22/01/2020 e em fevereiro a própria empresa efetuou recompras
de mais de R$ 230 milhões com preços acima dos R$ 32,00 por achar
barato.
Além do corona
vírus houve uma série de erros de transparência que culminaram com
a demissão do presidente e diretor financeiro da empresa, vamos a
eles:
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Em fevereiro a gestora Squadra questionou publicamente inúmeros problemas contábeis que não foram devidamente rebatidos pela empresa;
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o presidente do conselho de administração renunciou, a empresa negou a renúncia e uma semana depois confirmou essa renúncia; e
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a empresa deixou vazar aos meios de comunicação que a Berkshire Hathaway, companhia do bilionário Warren Buffett, estava comprando ações do IRB, o que foi desmentido logo em seguida pelo mega investidor.
Veremos a seguir os
números da empresa:
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lucro líquido de R$ 1,7 bi em 2019, aumento de 44,7% frente a 2018;
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dividendos crescentes desde o seu IPO, sendo distribuídos R$ 1,2 bi em 2019 frente a R$ 683 milhões em 2017 aumento de 78,2% em 2 anos, uma verdadeira vaca leiteira;
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recompra de 5% do total de ações em circulação vigente até 18/08/2021;
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tem 37% do market share no Brasil, sendo que o segunda empresa neste quesito tem 6%;
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e a cereja do bolo é a sua participação crescente nos países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) tendo aumentado a receita (prêmio emitido) de 11% em 2014 para mais de 40% em 2019 do total da receita da empresa.
Ressalto ainda que
os 3 principais acionistas (Bradesco Seguros, Itaú Seguros e
BlackRock) não venderam suas ações no meio dessa grande confusão,
e devo dizer ainda que não espero um grande resultado neste ano.
Por fim, o motivo de
nunca ter indicado a empresa era o seu preço sempre alto, mas apesar da quebra
da confiança acredito que a nova diretoria saberá endereçar as
soluções necessárias para recuperar a reputação perdida e os R$ 11,92 do fechamento de sexta-feira deixará
muita saudade nos próximos anos.