terça-feira, 30 de setembro de 2008

Finge que vai,mas não vai

Amigos, nessa segunda fomos pegos de surpresa pela não aprovação do pacote no congresso americano, o que abalou severamente as bolsas em todo o mundo, porém, nesta terça a euforia volta a dar as cartas, acredita-se que neste 01/10 o congresso dará um alento aprovando o tal pacote. Isso está parecendo dança da quadrilha em festa de são joão, o pacote vai sair, ih é mentira.
A minha visão é que estamos caminhando a passos largos para uma recessão global, e a cada dia estou mais convencido disso, vejamos alguns fatos:
  • já é grande a probabilidade de que o PIB na zona do euro tenha se contraído no trimestre findo hoje, o que caracterizaria como uma recessão do ponto de vista técnico, já que também se contraiu no trimestre anterior;
  • o gasto do consumidor americano fica estagnado em agosto, o que já afeta as exportações de países asiáticos;
  • O indicador referente aos preços dos imóveis nas 20 maiores regiões metropolitanas do país teve queda de 16,3% em julho, maior recuo desde a criação do índice, em 2001. Já o índice referente às 10 principais regiões metropolitanas americanas teve queda de 17,5%, maior nos 21 anos em que o indicador é apurado nessa comparação.

Estou muito pessimista quanto ao futuro das aplicações em bolsa neste momento, mesmo que o pacote saia, acredito que os estragos seguirão ocorrendo em decorrência da crise de liquidez e já consigo enxergar o ibovespa abaixo dos 40000 pontos, não custa lembrar que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mastigando a crise

A partir dessa semana passarei a publicar os artigos no máximo até quarta-feira e não mais até a segunda-feira.
Corre um texto na internet, de autoria desconhecida, que reputo sensacional, a saber:
"O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco de seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem titulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia Sifu."
Simples e completo.
Para finalizar gostaria de dizer que mais uma corretora indica a nossa Heringer, vejamos:
"Apesar de maior dificuldade, analistas prevêem futuro promissor para Heringer
Por: Equipe InfoMoney18/09/08 - 12h14InfoMoney
SÃO PAULO - Com base nas estimativas para a produção de soja em 2009, o Itaú alerta para a possibilidade de a Heringer (FHER3) encontrar um ambiente mais desafiador para seus negócios. No entanto, devido ao upside atrativo (235%) a corretora reitera a recomendação de compra de suas ações, com preço-alvo de R$ 34,50 para o final de 2008.Segundo a atualização feita nas projeções de custo para a produção de soja, realizada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), do Ministério da Agricultura, os rendimentos dessa cultura poderão apresentar redução durante o próximo ano, afirmam os analistas.Com a redução das margens dos fazendeiros, a companhia deverá encontrar algumas barreiras quando tentar aumentar seus preços. Com a atual taxa de câmbio, o banco acredita que a soja deveria ser negociada a US$ 14,90 o bushel (aproximadamente 27,21 Kg) para manter a mesma lucratividade do ano passado.ProjeçõesAdemais, os analistas afirmam que a soja deverá ser negociada em um patamar superior, de maneira a justificar a criação de novas áreas para plantações no Brasil, de forma a expandir o mercado para atuação da Heringer. Conforme suas estimativas, a soja deverá ser negociada a US$ 15,00 por bushel em 2009.Tendo em vista esses fatores, a companhia deverá registrar um crescimento sólido de suas receitas, além de acompanhar uma ampliação de suas margens devido a uma redução dos custos em logística para a exportação, assim como a integração de sua nova fábrica e as alterações no mix de vendas, voltado para produtos com maiores margens."
Boa sorte a todos nesses tempos difíceis.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pernas, para que te quero...

O Barclays desistiu de apresentar uma oferta pelo Lehman Brothers por não ter obtido garantias públicas similares às que foram concedidas em março ao JP Morgan, quando este comprou o Bear Stearns, então, não restou outra alternativa ao banco de investimento Lehman Brothers, senão encerrar a sua história de 158 anos, tendo resistido ao longo do tempo a inúmeros eventos marcantes, inclusive a Grande Depressão ocorrida após a Crise de 1929, mas não conseguiu vencer a crise dos subprimes.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, prognosticou nesta segunda-feira uma contração maior do sistema financeiro mundial depois do pedido de concordata do banco de investimentos americano Lehman Brothers, e disse que um longo processo de consolidação dos setores financeiros parece ter se iniciado.

No meio disso tudo, ficou relegado a segundo plano o fato do Banco Popular da China ter anunciado hoje que reduzirá as taxas de juros e o índice de reserva bancário, visando garantir um crescimento econômico estável e rápido, deixando claro que a China está crescendo menos.
Quem me conhece sabe que sou de natureza otimista, mas devo dizer que diante do ocorrido no episódio Lehman Brothers, onde o Fed lavou as mãos, deixando claro que somente intervirá nas situações que gerem risco sistêmico, passo a acreditar que tudo o mais pode quebrar e VAI.

Neste momento em que escrevo, o risco país aumenta 13%, a bolsa cai 6,76%, sem perspectiva de melhora, pelo contrário. Penso que neste momento, aqueles que têm perdas menores que 30%, devam zerar suas posições em bolsa, pois esta já olha para os 43000 pontos, com um pequeno entrave nos 45000 pontos. Salve-se quem puder.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mais crise...

O Governo dos Estados Unidos assumiu o controle das duas maiores companhias hipotecárias do país, a Fannie Mae e a Freddie Mac, que sustentam mais da metade da dívida hipotecária americana.
As medidas devem provocar uma baixa nas taxas de juros para pessoas físicas e impedir uma maior deterioração da crise imobiliária que já é a pior desde o Crash de 1929.
Resumindo, ninguém é capaz de mensurar o real tamanho desta crise, mas é um alento saber que o governo americano está empenhado em mitigá-la.

O texto abaixo foi publicado na quarta-feira passada no site Infomoney, que aparece indicado nos sites imprescindíveis, a saber:

“Aproveitando criação de novo índice, Spinelli lança carteira small caps
Por: Equipe InfoMoney03/09/08 - 10h54InfoMoney
SÃO PAULO - Aproveitando a criação do novo Índice Small Cap, a Spinelli lançou a sua carteira mensal recomendada baseada neste segmento, com oportunidades de investimentos em ações de empresas por vezes fora do foco principal dos investidores. De acordo com a corretora, o critério de escolha dos ativos para seu portfólio são empresas com valor de mercado relativamente baixo, mas que não possuem obrigatoriedade de estarem incluídas nesse novo índice.Confira as recomendações:
Empresa Código Preço-Alvo Upside*
Duratex DURA4 R$ 44,00 58%
Confab CNFB4 R$ 8,50 34%
Metal Leve LEVE4 R$ 55,00 53%
Fertilizantes Heringer FHER3 R$ 30,00 60%
Grupo Peixoto de Castro GPCP3 R$ 3,40 85%
*Potencial de valorização com base na cotação de fechamento do dia 2 de setembro de 2008.
Por que dessas sugestões?
Duratex - conforme destacado, o bom momento vivido pelo setor de construção civil no Brasil e o programa de investimentos para ampliação da capacidade de produção da companhia, tanto no setor de madeira, quando na divisão Deca, de louças e metais, deverão ser os principais vetores para valorização do papel.
Confab - a expansão dos investimentos no aumento da capacidade produtiva das empresas e da infra-estrutura nacional, não só no setor petrolífero e de gás, deve colocar a Confab em uma posição favorável em relação ao aumento do número de projetos, assim como de sua carteira de encomendas.
Metal Leve - na opinião dos analistas, o fator principal para a recomendação das ações da companhia está na melhora de seus resultados operacionais e do crescimento robusto do segmento de motores no Brasil. Ainda, as suas receitas em dólar representam uma proteção natural, em um momento de maior turbulência nos mercados.
Fertilizantes Heringer - o crescimento da demanda do setor, deverá continuar favorecendo os resultados da companhia em um ritmo superior ao da média do mercado, uma vez que os maiores volumes devem permitir ganhos de escala para a empresa e uma melhora consistente em suas margens, afirma a corretora.
Grupo Peixoto de Castro - a recomendação pelo grupo configura uma melhor percepção de mudança em suas operações, propiciada pela reorganização societária concluída no final de 2007 e pelas mudanças estruturais em seus principais mercados de atuação, principalmente na cadeia do metanol.”

Não posso esconder a satisfação de ver 2 das minhas indicações constarem na lista das 5 melhores small caps no momento, segundo a corretora Spinelli.
Evidentemente o mercado não está para peixe, mas sigo acreditando na GPCP3 (http://juliocavalcanti.blogspot.com/2008/08/micos-versus-ao-da-vida.html) e na FHER3(último post de agosto), sendo que agora muito bem acompanhado pela equipe de gestores da corretora Spinelli.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Crise de Crédito

Desde abril os empréstimos bancários nos EUA começaram a ter crescimento negativo quando comparado com os dados mensais do mês anterior, sendo que as exigências para novos empréstimos estão no pico histórico de todos os tempos.
No momento em que os EUA anunciam a 10ª falência de banco no ano, o Federal Deposit Insurance Corp(FDIC), autoridade reguladora que supervisiona os bancos, declara que os EUA podem assistir à falência de até 300 bancos nos próximos 3 anos, sendo que 117 instituições já estão em sua chamada lista problemática, a equipe da consultoria Britânica Begbies Traynor, por sua vez, estima em apenas 100 bancos falidos nos EUA até 2011.
Elucubrações à parte, o fato é que os bancos americanos e europeus terão que se virar para pagar centenas de bilhões de dólares que tomaram antes do aperto de crédito. Uns estão vendendo ativos, outros estão emitindo dívidas mais caras, o problema é que esses recursos estão secando. Só para citar um exemplo o gigante Lehman Brothers já perdeu 85% de seu valor de mercado desde o início de 2007, e já se desfez de posições avaliadas em US$ 140 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano, e mesmo assim, já há quem fale que trata-se da bola da vez.
A recuperação global só virá quando os bancos se livrarem de todos os seus títulos podres, acabando com o aperto brutal de crédito, e isto, ninguém sabe quando ocorrerá.
O fato inequívoco a ser observado é que em todo o mundo o crescimento está se reduzindo e logicamente a demanda por commodities também se reduzirá. Como o índice de nossa bolsa é composto em mais de 50% por ações que transacionam commodities, não há como enxergar um horizonte promissor para nossas ações, portanto, muita cautela com ações desse tipo, conforme havíamos alertado em 28 de julho deste ano, no artigo “Aversão ao Risco”.