segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

2010 o ano das incertezas...

Não sei quem ganhará o carnaval do Rio, torço para a beija-flor de nilópolis (minha terra natal), tão pouco me arrisco a chutar quem será o campeão do mundo, claro que torcerei para o Brasil, nas eleições presidenciais vejo a Dilma com um certo favoritismo, e certamente não votarei nela, porque votar no PT uma vez na vida já é o suficiente. Também não sei se o índice BOVESPA subirá, mas tenho razões para acreditar que neste campo seguiremos tendo alegrias.
Nem em meus sonhos mais otimistas, poderia imaginar um ano tão perfeito no nosso mercado acionário e a carteira basilar do blog (BBDC4, BVMF3, JBSS3, CNFB4) rendeu 114% até hoje inclusive;

A dica (GGBR4) de 24/03 rendeu 144%;
A indicação de abril (FHER3) rendeu 131%;
Em junho foram 3 indicadas:
INEP4 rendeu 93%;
KSSA3 valorizou 94%;
GPIV11, a de menor rentabilidade com meros 29% ; e
A última dica foi GOLL4 que rendeu espantosos 93% em 4 meses, para um IBOV que valorizou 27% no mesmo período.

Indico a seguinte carteira base para 2010:

KSSA3 – o mercado imobiliário se manterá bem em 2010, apesar do iminente aumento de juros decorrente da gastança realizada pelo atual governo, neste setor acredito em Klabin Segall, principalmente pelo fato de comprar uma empresa pequena e mal administrada e depois da fusão estar em carteira, com a terceira maior empresa do setor(AGRE) sendo administrada pelo competente grupo que gere a AGRA;

JBSS3 – muitos serão as sinergias a serem apuradas com a compra da Pilgim’s Pride e a fusão com a Bertin, além disso muito se beneficiará com o dólar fraco, ampliando muito suas exportações dos EUA, e o aquecimento do mercado brasileiro em 2010;

DUFB11 – muito injustiçada pelo fato ser uma BDR, acredito que apesar disso ganhará muito com o crescimento do PIB e por conseguinte do tráfego aéreo, não há quem resista a comprar algumas das pechinchas de suas lojas duty free espalhadas pelos vários aeroportos deste país;

GPIV11 – apesar de decepcionar este ano, acredito que possa finalmente realizar o IPO de SAN ANTONIO, empresa que presta serviços na área de petróleo, que é a cereja do bolo de seus investimentos o que certamente catapultaria suas ações para a casa dos 15 reais;

FHER3 – seguirá ganhando market share, em decorrência das dificuldades financeiras que se abatem sobre o setor que é muito pulverizado, quem a compra acredita no crescimento das exportações de grãos, que tornam este país o celeiro do mundo;

POMO4 – em ano de eleição melhorar a frota de ônibus costuma render bons votos, imaginem agora que precisamos melhorar a frota nacional para recebermos a copa e depois as olimpíadas; e


Por fim, deixei a que tem o maior potencial de valorização dentre todas as ações que estudo:

INEP3/4 – está em um momento de inflexão de sua administração, vem melhorando o seu perfil de endividamento, sua governança corporativa, enfim, vem transformando-se em uma empresa mais fácil de se entender, muito ainda está por fazer, mas o caminho tomado até então segue muito promissor. O setor de óleo e gás é a menina dos olhos do governo (Pré-sal), as hidrelétricas seguem sendo licitadas, simplesmente é a empresa certa, na hora certa e no lugar certo, não se assustem se terminar 2010 e ela estiver valendo mais que R$ 20,00.

2010 será um difícil com muita volatilidade, a grande questão é quando o FED aumentará a taxa de juros, particularmente acredito que apesar das turbulências a bolsa seguirá valorizando, ainda que em percentuais menores que o deste ano.

Agradeço a todos que acompanharam este blog durante o ano, desejo boas festas e um 2010 ainda melhor, se isso for possível.








sábado, 14 de novembro de 2009

Eu te disse, eu te disse...

O bordão acima foi um dos que mais marcou a minha infância, adorava assistir carangos e motocas e ver a pequena moto do bando mau repeti-lo no final do desenho, quando o carro Willie (mocinho) saía vitorioso de alguma enrascada preparada pelas motos.
Bom, não foi por falta de aviso sobre o potencial da INEPAR, espero que todos os leitores estejam contabilizando seus lucros, e não são poucos, pois desde a indicação de setembro (dia 15) já se vão 75% nesses 2 meses.
Continuo a recomendar posicionamento nela, eu mesmo o fiz nesta última sexta-feira, acredito nos R$ 8,00 até o fim deste ano e em R$ 20,00 para dezembro de 2010.

Gostaria ainda de ressaltar alguns pontos sobre a economia americana:

  1. Houve um aumento de 1,2% nos salários e benefícios pagos por empresas privadas no mês de setembro sobre igual mês do ano passado, sendo este o menor aumento desde que os EUA começaram a medir estes dados em 1975;
  2. O desemprego alcançou a marca de 10,2% com tendência de alta;
  3. Paul Volcher (ex-presidente do Federal Reserve) disse nesta semana: “não podemos ter tanto consumo”; e
  4. As empresas americanas estão mantendo em caixa 11,1% de todos os seus ativos, maior marca em 40 anos, ou seja, estão investindo menos.

Todos esses pontos sinalizam claramente que a economia americana ou começará a 3ª perna do W, ou terá um crescimento anêmico nos próximos anos, nos levando a crer que teremos um 2010 bastante turbulento na nossa bolsa.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

3% por favor...

Amanhã será divulgado o PIB dos EUA, e qualquer número abaixo de 3% dará força para continuar a queda na bolsa, acredito que o efeito dos pacotes econômicos ainda se fará notar neste PIB, mas penso que um arrefecimento deste crescimento será inevitável, tendo em vista a queda no consumo e o aumento do desemprego naquele país.

O IOF resultou até agora em uma queda de 70% do ingresso de recursos estrangeiros na bolsa, a continuar esse cenário serão menos afetadas as empresas de menor capitalização.


Neste sentido, continuo a recomendar INEPAR (INEP4/3):

  1. por estar muito atrasada em relação ao IBOV;
  2. pelo resultado do 3º trimestre, que será divulgado no dia 13/11;
  3. pela aprovação em assembléia, a ser realizada no dia 12/11, do split (7:1) e subscrição de ações, que gerarão R$ 50 milhões de reais, permitindo melhorar o perfil de endividamento da empresa;
  4. pela já notada melhoria na governança corporativa;
  5. pelos mercados em que atua e pelo já exposto no mês passado http://juliocavalcanti.blogspot.com/2009/09/v-u-l-ou-w.html.

Sem nenhum favor pode-se prever para o fim deste ano a INEP4 na casa dos R$ 50,00 e em 2010 algo próximo dos R$ 100,00.
Quem viver, verá.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

V, U, L ou W

Não sei de que maneira dar-se-á a recuperação econômica mundial, mas o fato é que vários problemas persistem, a saber:
  1. A inadimplência das empresas americanas atingiu 11%, muito maior que os 2,4% do ano passado, as companhias americanas tem US$ 1,4 trilhão em bônus e empréstimos, quase 3 vezes o valor de 2001, basicamente as empresas têm que pagar as dívidas e conseqüentemente deixarão de investir, podendo frear a economia americana por muitos anos;
  2. As dívidas nos cartões de crédito já atingiram US$ 1,91 trilhão, sendo que 14% não será recuperado, na Europa estima-se que 7% dessas dívidas não serão recuperados;
    O desemprego caminha para atingir 10% nos EUA e a poupança das famílias americanas caminha para 5%;
  3. O mercado imobiliário ainda não se estabilizou, sendo que a maioria dos empréstimos concedidos desde 2005 está perto de valer mais que os imóveis que lhes servem de garantia.

Os americanos precisam recompor o seu patrimônio e pagar suas dívidas antes de pensar em consumir, ou seja, a economia americana levará vários anos para retomar o patamar de consumo pré-crise.
Neste sentido, o primeiro-ministro Chinês afirmou que a reestruturação da composição do produto interno bruto, com mais ênfase no mercado doméstico, deverá garantir um crescimento "rápido e estável", já que a China ainda enfrenta "extrema pressão com a queda do consumo externo", disse Wen Jiabao.

Particularmente, acredito em um crescimento anêmico para os EUA nos próximos anos, com grande possibilidade de termos um W mais à frente.

Apesar da perspectiva das Economias do 1º Mundo patinarem nos próximos anos, o Brasil tem o pré-sal, de onde extraímos uma pedra preciosa:

INEPAR

Essa empresa possui o mais amplo, moderno e bem equipado parque industrial da América Latina, localizado em Araraquara, onde são produzidos equipamentos para atender a demanda dos mais importantes setores de infra-estrutura do país, como: geração de energia, transporte metro-ferroviário, mineração, siderurgia, portuário, petróleo e petroquímico.
Em Macaé, possui uma unidade que atende a todos os projetos de manutenção, reforma e modernização de plataformas.
Na Geração de energia fabrica turbinas e geradores para hidrelétricas e no setor de óleo e gás é capaz de fornecer soluções completas, desde a fase de engenharia conceitual até a construção e montagem.

No campo financeiro:
Trata-se de uma empresa com uma dívida bruta de R$ 624 milhões, sendo que R$ 430 milhões estão sendo negociados junto ao BNDES, esta negociação é vital para melhorar o fluxo de caixa da empresa;
Os pedidos em carteira atingiram R$ 2,7 bilhões ante R$ 2,2 bilhões de 1 ano antes;
O EBITDA atingiu R$37,9 milhões no 1º semestre deste ano, sendo um aumento de 387,8% em relação ao 1º sem/08;
O lucro líquido atingiu R$ 4,4 milhões em 30/jun próximo passado ante um prejuízo de R$ 46,1 milhões em 2008;
Vale R$188 milhões em bolsa, só para efeito de comparação a Lupatech vale R$ 1,2 bilhão, sendo que a LUPA3 teve uma Receita Líquida de R$ 167,9 milhões, lucro bruto de R$ 58 milhões e Ebitda de R$32,8 milhões, e a INEP4 teve uma RL de R$282 milhões, lucro bruto de R$ 53,2 milhões e Ebitda de R$ 20,2 milhões no mesmo período.
É claro que a comparação não é a ideal, mas é a empresa que mais se aproxima da INEP4. Esforços têm sido realizados para mitigar o maior problema desta jóia que é o relacionamento com os investidores, neste aspecto já há a sinalização da empresa para a adesão ao nível 2 de governança corporativa.

Vejo essa empresa com um enorme potencial de crescimento na esteira do pré-sal, não sou mãe Diná, mas acredito que nos próximos 3 anos, melhorando a estrutura de capital e o relacionamento com o mercado, ela possa alcançar R$ 180,00.

sábado, 1 de agosto de 2009

Primeiro ano, muitos acertos depois...

Pois é , o blog está completando 1 ano de vida com 27 textos publicados, onde pude compartilhar um pouco da minha visão sobre o mercado financeiro.
Devo agradecer os vários elogios e palavras de incentivo recebidos ao longo deste tempo, que serviram como combustível para continuar com este trabalho.

Fazendo um pequeno retrospecto:

4/07/2008, recomendei textualmente: “ uma postura conservadora em relação ao mercado acionário, pois, apesar de não sofrermos com a recessão, teremos um crescimento menor, o que certamente afetará a projeção do balanço das empresas”;

14/07/2008, fui indagado se a bolsa cairia mais ou não, disse: “se a bolha (commodities) estourar e com isso ocorrer a quebra de alguns hedge funds, então, teremos a total aversão ao risco, podendo levar a bolsa aos 30 mil pontos.” Lembrando que neste dia a bolsa estava nos 60720 pontos;

28/07/2008, recomendei : “devemos nos manter com posição reduzida no mercado variável (máximo de 10% do capital livre), mantendo distância das outrora queridinhas da bolsa (PETR, VALE e Siderúrgicas)” Neste dia a Petrobras fechou cotada a R$ 33,30, tendo atingido em 21/11/2008 a cotação de R$ 16,01; a Vale por sua vez, saiu de R$ 36,41 para R$ 19,89 em 27/10/2008;

08/08/2008, disse : “A possibilidade de quebra de recordes nas olimpíadas da China terminará em 24 de agosto de 2008, agora, os recordes negativos, no mercado financeiro global, seguirão sem data para terminar”;

15/09/2008, recomendei sair da bolsa: “aqueles que têm perdas menores que 30%, devam zerar suas posições em bolsa, pois esta já olha para os 43000 pontos, com um pequeno entrave nos 45000 pontos. Salve-se quem puder.”, neste dia a bolsa abriu cotada nos 52385 pontos e chegou aos 29435 pontos em 27/10/2008;

30/09/2008, lembro que neste dia o índice estava nos 49541 pontos e eu disse: “Estou muito pessimista quanto ao futuro das aplicações em bolsa neste momento, mesmo que o pacote saia, acredito que os estragos seguirão ocorrendo em decorrência da crise de liquidez e já consigo enxergar o ibovespa abaixo dos 40000 pontos, não custa lembrar que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.” No 4º pregão seguinte a bolsa atingiu os 37616 pontos, queda de 24%;

16/10/2008, já previa a grande oportunidade que se avizinhava: “Volto a lembrar que nestes tempos de crise ninguém quer saber de fundamentos, o mercado vai se movendo ao sabor das notícias, que cada vez vão piorando, mas acredito que quando a poeira baixar, teremos recuperações expressivas, quem tiver estômago verá”; o índice estava nos 33752 pontos, ontem fechou aos 54765 pontos, alta de 62,3%;

06/11/2008, recomendei pela primeira vez uma carteira de ações: “Neste momento, com uma visão de longo prazo há que se observar empresas com forte geração de caixa, boa política de pagamento de dividendos, que tenham receita em dólar e dívidas em reais, por exemplo: Confab, Bradesco, BovespaBMF, Friboi (CNFB4, BBDC4, BVMF3, JBSS3, respectivamente). Esta carteira rendeu até 30/12/2008 11%, frente ao Ibovespa de 3,3%;

26/01/2009, previa a faixa de 50000 pontos como sendo a faixa de estabilidade para este ano, lembrando que neste dia o Ibov estava em 38509 pontos: “Particularmente acho que o mar não está para peixe e salvo alguns casos pontuais, a bolsa seguirá muito volátil, ao sabor das notícias, e o sentimento reinante no mercado é de que o índice cairá mais antes de retomar uma alta consistente para a casa dos 50000 pontos”;

24/03/2009, indiquei GGBR4 que estava cotada a R$ 12,20: “Nesse momento recomendo Gerdau (GGBR4), principalmente pelo fato de que 40% da receita vem da construção civil nos EUA, que parece estar inflexionando, sem falar no pacote da habitação do governo Lula.” Lembro que ontem a referida empresa fechou valendo R$ 21,93, alta de 79,8%;

30/04/2009, indiquei FHER3 que estava cotada a R$ 4,76: “Acredito que o pior para a Fertilizantes Heringer já passou e a não ser que haja uma desvalorização do dólar, nos moldes do ocorrido no ano passado, penso ser uma oportunidade ímpar de investimento para curto, médio e longo prazo.” A empresa terminou o dia de ontem cotada a R$ 9,91, incrível alta de 108,2% em apenas 3 meses, com certeza o maior acerto da pequena história do blog;

03/06/2009, indiquei INEP4 ( R$ 24,79)que é a minha maior aposta desde então: “a bola da vez é a INEP4 - INEPAR, empresa de contrução civil pesada, que vem passando por uma reestruturação financeira e que apresenta um grande potencial de valorização.” Tendo valorizado 16,4% no período;

09/06/2009, indiquei uma carteira de ações: “sigo indicando INEP4, KSSA3 e GPIV11”. Ressalto que KSSA3 estava cotada a R$ 2,64, fechando ontem cotada a R$ 3,98, alta de 50,8% e GPIV11 valia R$ 7,68, valorizando 8,7% no período.

Fico muito feliz por ter ajudado àqueles que acreditaram nas minhas análises, seguirei com a mesma dedicação e espero, com o mesmo sucesso.

Para agosto sigo com GOLL4, tendo em vista à redução no preço do combustível de aviação, pela queda no dólar e conseqüentemente pelos bons resultados futuros, e mantenho para este mês as indicações em INEP4 e GPIV11.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Plágio?????????

Este post replica um artigo de um grande grafista, muito conhecido no mercado, que eu passei a admirar alguns anos atrás, quando assisti sua palestra e pude conversar um pouco sobre o mercado com ele.

Colunista InfoMoney: A cautela na fase atual é bom sinal
Por: Gil Deschatre08/06/09 - 18h52InfoMoney
Vamos inicialmente observar o que ainda impulsiona nosso mercado... O ex-presidente do Banco Central e estrategista-chefe da gestora de recursos Rio Bravo, Gustavo Franco, avalia que a tendência é de valorização do câmbio e há três mecanismos para que o governo contenha um movimento de excessiva apreciação do real ante o dólar: a redução mais expressiva dos juros, aquisição de dólares com elevação das reservas cambiais e atuação no mercado de derivativos.
"A moeda brasileira tem o destino de ficar mais forte, pois com economia mais forte a moeda fica mais forte. Não tem como escapar disso", comenta... Nesse sentido, o olho dos estrangeiros não consegue se desvincular da nossa potencialidade na fase atual... O que pode comprovar tal assertiva seria... A bolsa paulista fechou o mês de maio com a entrada recorde de R$ 6,083 bilhões em capital externo, superando a marca mensal anterior alcançada em abril de 2008, de R$ 6,007 bilhões. O desempenho de maio, que é resultado de compras de R$ 43,077 bilhões e vendas de R$ 36,994 bilhões, também marcou o quarto mês consecutivo de fluxo positivo de estrangeiros. Na medida em que a crise vai ficando no retrovisor, é para cá que as ordens de compra ainda se mantêm ativas... Isso é bom, mas ressalvas precisam estar conscientizadas.
"Acho por bem também colocar as barbas de molho"
O pior momento da crise parece já ter passado, mas a recuperação da economia ainda não começou, portanto, esse otimismo passou do ponto. A alta da bolsa está calcada no fluxo de investidores, especialmente os estrangeiros, que no ano, até o dia 26, já colocaram R$ 10,1 bilhões nas ações brasileiras, sendo R$ 8,8 bilhões só nos últimos dois meses, um recorde incontestável. O horizonte parece favorável, com certos indicadores apontando o "final da queda livre", exemplificam a maioria dos analistas. Em contrapartida, os sinais de recuperação ainda não são muito inspiradores, quando comparados aos níveis de crescimento do período que precedeu a crise.Apesar dessa constatação, os fluxos de capitais estão fortes e continuam ser vistos com um volume imenso de capital entrando em países como o próprio Brasil. Esses fatores opostos nos levam a uma encruzilhada na qual colocam os fundamentos e os fluxos como concorrentes, cada um apontando em direção diversa. Esse grande volume de capitais pode estar sendo impulsionado pelo excesso de liquidez, que foi criado pelo aumento da oferta monetária, pela expansão do balanço dos grandes Bancos Centrais e estímulos fiscais utilizados para minimizar os impactos da crise financeira. Vai chegar um momento em que o mesmo pode secar e aí o tombo de curto prazo é líquido e certo. Para irmos nessa direção, basta ouvirmos o que se segue... Segundo executivo do JPMorgan Asset Management, as ações globais estão "sobrecompradas" (com preços muito elevados na comparação com o valor justo) e estão fadadas a recuarem nos próximos meses, uma vez que os sinais de recuperação econômica não são sustentáveis. Em entrevista realizada recentemente, o chefe de serviços de investimento da gestora de fundos de sua unidade de Hong Kong, Geoff Lewis, afirmou estar "underweight" (abaixo da média do mercado) em ações no momento. "Todos os mercados parecem estar sobrecomprados no curto prazo", disse ele. Segundo Lewis, os mercados se anteciparam demais com a forte alta desde o início deste ano e deveremos ver alguma correção durante os meses de verão (no hemisfério norte). À luz das recentes valorizações dos índices de ações de Wall Street, o Credit Suisse também toma postura mais cautelosa em sua sugestão de exposição na renda variável, ao cortar a recomendação para o mercado acionário norte-americano, de "overweight" (acima da média do mercado) para "market weight" (semelhante à média do mercado).Para justificar a tese, o banco suíço lista inúmeras explicações: o recente incremento nos yields dos títulos que minou o valuation das ações; indicadores técnicos revelando sinais incomodantes; e preocupações quanto à persistência do fraco nível de produto bruto. "Permanecemos preocupados ainda com um recuo da economia", afirmam os analistas, mostrando apreensão no horizonte. Já que esses atletas monetários estão cantando em coro, acho por bem também colocar as barbas de molho, já que de idas e vindas sabemos que o mercado sempre vive e viverá!!! Gil Ari Deschatre é professor da FGV e do Ibmec e escreve mensalmente na InfoMoney, às segundas-feiras.
gil.deschatre@infomoney.com.br


Desculpe a franqueza, mas fico muito envaidecido ao saber que o meu primeiro GURU no mercado financeiro, têm suas idéias em total consonância com as minhas, e em um ato de franca modéstia chego a me perguntar: será que ele leu o meu post da semana passada http://juliocavalcanti.blogspot.com/2009/06/barbas-de-molho.html ?

Brincadeiras à parte, sigo indicando INEP4, KSSA3 e GPIV11.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Barbas de molho

A crise não acabou, apesar da exuberância apresentada na bolsa, com fluxo estrangeiro chegando a espantosos 11 BILHÕES de reais no ano, sendo 6 BILHÕES de reais somente em maio, levando o mercado a um P/L de 14 vezes, maior que o P/L médio que é de 12 vezes, e bem próximo do P/L de 16,8 vezes de maio do ano passado, onde o mundo era bem diferente de hoje.

Gostaria de destacar alguns pontos importantes a serem considerados neste momento:

  • Ente janeiro e abril deste ano o calote em bônus empresariais alcançou US$ 244 bilhões, representando 73,6% do total do ano passado, mostrando claramente que a solvência mundial está piorando, significando que as empresas terão mais dificuldade para obter crédito e pagarão taxas maiores pelos recursos;
  • Ângela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, disse em uma conferência em Berlin que “ o que outros bancos centrais vêm fazendo precisa parar agora. Estou muito cética em relação ao alcance das medidas do Fed e a maneira como o Banco da Inglaterra vem abrindo seu próprio caminho na Europa. Precisamos retornar às políticas monetárias independentes e sensatas, caso contrário voltaremos onde estávamos há dez anos”. Resumindo, cresce o temor com a inflação a longo prazo;
  • Esta declaração da premier alemã vai de encontro à dura advertência que a Standard & Poor’s fez ao governo britânico, dizendo que o país pode perder a nota de crédito AAA.
  • Segundo cálculos da Moody’s, os banco americanos ainda enfrentarão cerca de US$ 640 bilhões de prejuízos até o fim de 2010, levando muitos bancos a ficarem insolventes;
  • A China precisará aumentar o consumo interno para substituir as exportações que movem sua economia, tarefa nada fácil tendo em vista o aumento do desemprego, conseqüentemente, seguirá crescendo menos;
  • O BC da China divulgou relatório onde afirma: “A crise financeira mundial ainda está se propagando e seu impacto sobre a China se aprofunda”;
  • Desemprego alcança 9,2% em abril na União Européia, ante 8,9% em março.
  • Certamente os EUA do pós crise, terão um crescimento médio bem inferior ao visto nos últimos anos, levando-se em conta ser o consumo responsável por 70% do PIB, e que neste momento as famílias americanas estão mais preocupadas em pagar suas dívidas do que consumir.

Por tudo que foi exposto, sigo indicando ações de fora do índice, por achar que o mesmo está muito esticado, e a bola da vez é a INEP4 - INEPAR, empresa de contrução civil pesada, que vem passando por uma reestruturação financeira e que apresenta um grande potencial de valorização. No próximo post trarei uma análise mais apurada desta empresa.


quinta-feira, 30 de abril de 2009

Eis que o velho se fez novo...

O meu mais novo xodó, trata-se de um velha conhecida, indicada no post http://juliocavalcanti.blogspot.com/2008/08/frase-brasil-celeiro-do-mundo-foi.html,
onde tratei largamente sobre os seus pontos mais importantes, mas gostaria de ressaltar o que me faz voltar a indicá-la:
  • Conseguiu aumentar o seu caixa, nesse período difícil para o crédito, alcançando 265 milhões;
  • reverteu um prejuízo de 277 milhões no último trimestre de 2008, para um lucro de 4,9 milhões no 1º trimestre de 2009;
  • aumentou o seu market share para 16,2%, tendo crescido 2,3% em 1 ano;
  • o dólar mais forte é benéfico por 2 motivos básicos, alivia o pagamento de sua dívida dolarizada e a beneficia em suas importações.

Acredito que o pior para a Fertilizantes Heringer já passou e a não ser que haja uma desvalorização do dólar, nos moldes do ocorrido no ano passado, penso ser uma oportunidade ímpar de investimento para curto, médio e longo prazo.

terça-feira, 24 de março de 2009

Inflexão...

Será?

Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares, acredito que os EUA tem se esforçado para fazer a roda da economia girar, e já apareceram alguns sinais de melhora, senão vejamos:

  • Os preços das casas nos Estados Unidos tiveram alta de 1,7% em janeiro em relação a um mês antes, lembrando que esse é o fator chave de estabilização dessa crise;
  • A venda de imóveis usados nos Estados Unidos aumentou sensivelmente em fevereiro, com uma alta de 5,1% em relação a janeiro, alcançando 4,72 milhões (em ritmo anual);
  • Vários bancos americanos já informaram que estão operando com lucro nesse início de ano.

Acredito que já chegamos ao fundo do poço, o problema é sabermos a largura desse fundo.

No Brasil ao contrário, a crise vem se agravando, os pedidos de recuperação judicial passaram de 34 no 1º bimestre de 2008 para 135 pedidos, no mesmo período a produção de aço caiu 42,4% e até o consumo de energia elétrica vem diminuindo.

Nesse momento recomendo Gerdau (GGBR4), principalmente pelo fato de que 40% da receita vem da construção civil nos EUA, que parece estar inflexionando, sem falar no pacote da habitação do governo Lula.
Lembrando ainda que trata-se de uma empresa boa pagadora de dividendos, consolidadora, estando presente em 14 países, sendo a maior produtora mundial de aços especiais e a 2ª maior produtora de aços longos do mundo.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Quarta-feira Negra

Perspectivas sombrias rondam a economia mundial e prometem uma quarta-feira de cinzas, bem negra, a saber:

  • As exportações chinesas desabaram 17,5% em janeiro/09 ante o mesmo período do ano passado e as importações caíram 43,1%, essa redução na balança comercial chinesa já custou o emprego de 20 milhões de pessoas, tornando muito difícil de ser atingido o crescimento de 8% do PIB neste ano, com certeza veremos a VALE cair mais para se ajustar a nova realidade de seu maior comprador;
  • Por falar em PIB, vejam os números mundo afora do último trimestre do ano passado, Alemanha -1,6%, Itália -2,6%, Espanha -1%, Reino Unido -1,8%, Coréia do Sul -5,6%;
  • O que para mim é o mais preocupante trata-se da mudança nos padrões de consumo dos americanos, no 4ºtrimestre de 2008 o consumo de alimentos caiu 3,7%, dentre outras coisas, eles estão levando café feito em casa para o trabalho em vez de comprar na lanchonete, isso por si só já demonstra que a recuperação da economia será mais lenta do que as projeções atuais, com certeza não antes do último trimestre deste ano;
  • O Deutsche Bank prevê retração de pelo menos 5% da economia da Alemanha em 2009, segundo revelou o economista-chefe da instituição Norbert Walter, em entrevista ao "Bild" desta segunda-feira.

Por essas e outras meus amigos é que não só a quarta-feira será negra como o IBOVESPA, afundará mais um pouco antes de ter uma recuperação sustentável.


Gostaria ainda de chamar a atenção para o livro "Finanças Comportamentais - Pessoas Inteligentes Também Perdem Dinheiro na Bolsa de Valores", lançado pela Editora Atlas, que foi escrito por Eduardo Camilo da Silva e Cláudio Henrique da Silva Barbedo, cuja sinopse encontra-se abaixo:

"As evidências revelam um repetido padrão de irracionalidade, inconsistência e incompetência na maneira com que os seres humanos tomam decisões em situações de incerteza." (Peter Bernstein) Esta observação, do mais respeitado pesquisador da área financeira, apresenta uma clara idéia da abrangência e importância de estudar Finanças Comportamentais numa época em que os mercados financeiros globalizados tornam-se cada vez mais presentes, direta ou indiretamente, no dia-a-dia do cidadão comum. Sua relevância é ainda maior no mercado brasileiro, pois só muito recentemente as pessoas passaram a considerar o investimento em ações como uma estratégia viável para a busca de seus objetivos pessoais de médio prazo. O fundo de ações de Robert Thaler, talvez o mais famoso guru de Finanças Comportamentais, apresentou nos últimos 10 anos retornos até três vezes superiores ao mercado, atuando com estratégias baseadas em princípios da teoria comportamental. Alguns autores afirmam que Finanças Comportamentais é um novo recomeço para as teorias econômicas. Outros, afirmam que é mais um modismo passageiro. Independentemente do que você acredite, os números dos retornos dos investimentos com base em estratégias comportamentais são irrefutáveis e impressionantes. Este livro busca explicar como os desvios de racionalidade a que todos nós estamos sujeitos afetam nossas decisões e mostrar suas conseqüências nos resultados dos nossos investimentos, na disposição ao consumo, nas aquisições de serviços, nas apostas e eventualmente no nosso relacionamento com outras pessoas.

Não pude ainda ler o livro, mas trata-se de um tema atualíssimo, levando-se em conta que a análise fundamentalista não tem sido suficiente, diante de tamanha crise, para avaliar as empresas, e que foi escrito por pessoas sérias e altamente gabaritadas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Feliz 2010

Pois é, o ano mal começa e as perspectivas não são nada boas, as projeções dão conta de um ano sombrio com melhora apenas no último trimestre.
Somente hoje foram anunciadas mais de 70 mil demissões pelo mundo, totalizando mais de 300 mil desempregados em função da crise.
Na Ásia, as exportações estão caindo drasticamente, e a saída da região passa pelo aumento do consumo interno, algo difícil, levando-se em conta a cultura da poupança, reinante nos países asiáticos.
Nos EUA e na Inglaterra aumentam as pressões para a nacionalização de grande parte do sistema bancário, porém o Fed (Banco Central Americano) vê este recurso como último.
No Brasil, deve seguir crescendo a insolvência de pequenas e médias empresas, em função da queda de demanda, crédito escasso e grandes estoques. Somente para quantificar, segundo dados do Serasa, foram 95 casos de recuperação judicial em outubro, 195 em novembro e 230 em dezembro.

Particularmente acho que o mar não está para peixe e salvo alguns casos pontuais, a bolsa seguirá muito volátil, ao sabor das notícias, e o sentimento reinante no mercado é de que o índice cairá mais antes de retomar uma alta consistente para a casa dos 50000 pontos.
Neste momento, minha maior aposta é a Confab, pois no curto e médio prazo deve ser beneficiada pelo plano de investimentos da Petrobras.