quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Até 2009

Estou saindo de férias no mês de dezembro, e no ano que vem escreverei neste espaço mensalmente, pois estarei envolvido com um outro projeto que me tomará muito tempo.
Neste breve balanço da existência deste blog, gostaria primeiramente, de agradecer a todos os amigos que me incentivaram e para não esquecer de ninguém, cito apenas o Flávio, pois nossa conversa no cafezinho foi o embrião deste blog.
Gostaria de ressaltar que o mercado é dinâmico e quando dou alguma dica, faço uma fotografia da empresa naquele momento, infelizmente algumas premissas mudaram radicalmente, por exemplo: o que dizer do aumento do dólar frente ao real, que fizeram o Grupo Peixoto de Castro (GPCP3) e a Fertilizante Heringer(FHER3) terem um resultado negativo no 3º trimestre. Simultaneamente este mesmo aumento cambial levou a Friboi a ter um resultado histórico e impensável para um dólar na casa de R$ 1,60.
Neste último post do ano deixo a minha carteira sugerida para este fim de ano, com o respectivo preço do fechamento de ontem:
BBDC4 - R$ 22,33
JBSS3 - R$ 3,97
CNFB4 - R$ 3,14
BVMF3 - R$ 4,43

Boas festas e um ano novo com o IBOVESPA voltando para a casa dos 60000.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Barack Noel

Desde 1994 ocorreram 5 ciclos de baixa da Bovespa, a maior queda ocorreu em 1997, onde o índice desvalorizou-se 65,04%, o maior período de baixa da bolsa foi em 2000, tendo durado cerca de 3 anos e meio. Considerando o fechamento de ontem aos 33404 pontos, já acumulamos do topo aos 73516 pontos ocorrido em 20/05/2008, uma baixa de 54,56% em 180 dias, acredito que aumentaram as chances de caminharmos para a casa dos 20000 pontos de novo, porque ainda falta precificar uma recessão maior, mas como venho dizendo sempre, sigo comprando porque acredito que no longo prazo não há investimento melhor.
Outra estatística interessante é aquela que diz que desde 1998, apenas em 2 anos a bolsa não subiu nos últimos 45 dias, sendo que em 98 não subiu por causa da crise da Rússia e no ano passado também não subiu já precificando a atual crise financeira, excluindo esses anos de queda, a média de valorização do Ibovespa foi de 12,50%, espetacular para um período tão curto. Esperemos então que o otimismo típico de fim de ano possa influenciar a nossa Bolsa mais uma vez e que o bom velhinho "Barack Noel" nos dê um 2009 melhor.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

BIG MAC 2

Muitos analistas estão revisando seus números para o câmbio no final deste ano tendo como piso os fatídicos R$ 2,10, conforme já prevíamos na semana passada, no post BIG MAC http://juliocavalcanti.blogspot.com/2008/11/todas-as-variveis-fundamentais-apontam.html,
é o caso do Roberto Padovani, economista-chefe do WestLB no Brasil, e também do gestor do BNP Paribas, lembrando ainda que o relatório focus já indica o consenso de mercado na casa dos R$ 2,05, nos levando a reforçar ainda mais a indicação da JBSS3.
Surge mais uma nuvem negra no céu do mercado financeiro, trata-se da Rússia que acaba de aumentar sua taxa de juros pela quinta vez este ano, para 12% ao ano, na tentativa de diminuir a saída de recursos do país, o que já o levou a "queimar" US$ 112 bilhões de suas reservas para segurar a cotação do câmbio.
Apesar de ainda terem US$ 485 bilhões, foi uma perda muito grande em pouco tempo aumentando os temores sobre uma possível quebra do rublo, lembrando a crise de 1998, o que neste momento é tudo que não precisamos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

CÂMBIO E O BIG MAC

Todas as variáveis fundamentais apontam na direção de um real mais fraco, a saber:


A taxa de risco brasil saltou de 1,6% para a casa dos 6%, elevando as taxas de juros em dólares da dívida externa brasileira;
O índice Big Mac, da revista “The Economist” aponta para um dólar na casa de R$ 2,10, mas lembrando que tanto o custo de vida como a produtividade são maiores nos EUA, conseqüentemente,poderíamos encarar este valor como um piso para o nosso câmbio;
Nos últimos 12 meses saltamos de um superávit de 0,56% do PIB em setembro de 2007, para um déficit de 1,64% do PIB em setembro de 2008, o que também pressiona a taxa de câmbio;
Os investimentos estrangeiros diretos estão diminuindo, o fluxo externo para a bolsa será cada vez menor, ou seja, redução nos fluxos de capitais.

Resumindo, o câmbio real será tanto mais depreciado quanto maior for a contração dos fluxos de capitais e quanto maior for a queda nos preços internacionais de commodities.

O correto seria o corte de gastos públicos para diminuir o déficit nas contas correntes e conseqüentemente diminuir a pressão sobre o câmbio. Mas sabemos que esse governo perdulário jamais fará isso, ainda mais quando caminhamos para as eleições presidenciais de 2010.

Neste momento, com uma visão de longo prazo há que se observar empresas com forte geração de caixa, boa política de pagamento de dividendos, que tenham receita em dólar e dívidas em reais, por exemplo: Confab, Bradesco, BovespaBMF, Friboi (CNFB4, BBDC4, BVMF3, JBSS3, respectivamente).

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O FMI voltou...

Eis que ressurge o Fundo Monetário Internacional, voltando a ser o salvador de pátrias, após passar anos na penumbra em decorrência da abundância de crédito barato.
Devemos lembrar do seu importante papel no salvamento do México com um empréstimo de US$ 12,1 bilhões, o maior empréstimo até então concedido a um país e depois na crise da Ásia, onde emprestou US$ 21 bilhões a Coréia do Sul e para finalizar, como esquecer os US$ 30 bilhões concedidos a nós em 2002 para conter a disparada do dólar em razão do "efeito Lula".

A Ucrânia acaba de receber um empréstimo de US$ 16,5 bilhões visando a sua estabilidade financeira e econômica, a Hungria já está negociando um pacote financeiro substancial, o fundo também já ofereceu um empréstimo de US$ 2 bilhões para a Islândia e já negocia com o Paquistão, enfim, voltou a ser de grande importância para ajudar alguns países a sobreviverem à crise.

Gostaria de destacar ainda que no dia 3 de novembro após o fechamento do mercado, a JBS divulgará o resultado do 3º trimestre de 2008, penso que virá um resultado espetacular, principalmente, em função da valorização do dólar ante o real, aguardemos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

CONFAB

O mercado continua na sua bipolaridade, porém com um viés mais depressivo, nesse contexto outra boa opção para longo prazo é a CONFAB (CNFB4), líder na produção e fornecimento de tubos de aço soldados para a indústria energética brasileira e líder na exportação desses produtos para o Mercosul e América Latina, pelos motivos abaixo expostos:
  • A maior produtora de tubos com costura do Brasil, com capacidade de produção nominal de 500.000 ton/ano;
  • Grande pagadora de dividendos;
  • Tem um programa de recompra de ações em curso, aberto em 28/02/2008, com validade de 1 ano, autorizando a compra em mercado de 10.700.000 ações, representando cerca de 6% das ações circulantes;
  • Tem uma posição de caixa confortável, sendo, inclusive, superior a sua dívida;
    Se beneficia com a queda do preço do aço e em parte com a alta do dólar, tendo em vista ter exportado 20% da sua produção no 2º trimestre deste ano e por ter ativos no exterior (Argentina);
  • Enorme potencial de vendas futuras, em razão dos projetos na camada de pré-sal na bacia de santos, alcooldutos e mineriodutos que sairão do papel em breve.

Se o Brasil será um grande produtor energético, com certeza essa energia passará pelos tudos da Confab.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

MERCADO BIPOLAR

Na segunda-feira próxima passada o ibovespa subiu 14,66%, a maior valorização percentual desde 15 de janeiro de 1999, quando subiu 33,40%, como todo bipolar que se preze, depois da euforia vem a depressão, e esta veio ontem com a queda de 11,39%, a maior queda percentual desde 10 de setembro de 1998.
Neste mercado de altos e baixos fazer previsões é um esporte de alto risco, porém, continuo comprando e penso que em uma visão de longo prazo estamos em um bom ponto de compra.
Para finalizar, gostaria de dizer que os analistas do Citi Bank leram o blog na semana passada e publicaram o relatório abaixo:

"Citi vê JBS bem posicionada, com depreciação do real e melhores margens
Por: Vitor Silveira Lima Oliveira13/10/08 - 10h59InfoMoney
SÃO PAULO - A forte depreciação do
real em relação ao dólar ocorrida desde o último mês certamente deixou muitos agentes econômicos preocupados. No entanto, com o ganho de margens na atividade exportadora, os produtores de alimentos vivem um momento favorável, como ressalta o Citi, em relatório.No entanto, a retomada do desempenho favorável com as vendas externas não foi mero reflexo do movimento cambial. Pelo contrário, o mês de setembro representou o terceiro recorde consecutivo em relação às receitas advindas da exportação de carnes (bovina, suína e aves).Contudo, a apreciação de aproximadamente 17% do real durante o mês de setembro não deixa de ser importante para o setor, que tanto sofreu com o aperto de suas margens nos últimos anos, em função do aumento de custos com insumos (ração, por exemplo, muito afetada pela elevação dos preços de gêneros agrícolas) e a contínua queda das receitas com exportação, as quais acompanharam a queda do dólar até tempos recentes.Para se ter uma idéia da grande evolução dos preços para exportação, quando comparadas aos patamares de setembro de 2007, as cotações atuais para carne de porco, gado e aves elevaram-se 65%, 48% e 38% respectivamente.Destaques do setorDeste modo, os analistas Carlos Albano e Flavio Barcala, autores do estudo, destacam o cenário positivo para os papéis da JBS no curto prazo, considerando-a como a empresa que mais benefícios obterá da depreciação do real, além de atualmente encontrar-se com atrativo desconto em seus múltiplos, frente aos pares no mercado.Na outra ponta do universo de companhias coberto pelo Citi, existe perspectiva negativa para os papéis da Sadia no curto prazo. Muito disto decorre do aumento da percepção de risco sobre a empresa, decorrência das mal sucedidas operações da companhia com derivativos.Confira as recomendações do Citi:
Empresa /Sugestão/Preço-alvo

JBS (
JBSS3)/Comprar/R$ 10,00
Marfrig (
MRFG3)/Comprar/R$ 25,00
Sadia (
SDIA4) /Manter/R$ 8,00
Perdigão (
PRGA3)/Compra /R$ 52,00
Minerva (
BEEF3)/Compra/R$ 12,00
Já para companhias como Marfrig, Perdigão e Minerva, a perspectiva dos analistas para o curto prazo é neutra. No caso da primeira, os analistas ressaltam problemas na consolidação dos ativos adquiridos do grupo OSI, ao passo em que a última deverá sofrer com a baixa liquidez dos ativos, especialmente no atual momento dos mercados - ainda que tenha atingido boas margens e volume de exportações.Embora seja favorecido por projeções favoráveis em relação ao mercado avícola, um dos principais negócios da Perdigão, a empresa deverá sofrer com as margens mais frágeis para produtos lácteos, além de seus papéis encontrarem-se negociados sob múltiplos elevados em relação aos concorrentes."

Volto a lembrar que nestes tempos de crise ninguém quer saber de fundamentos, o mercado vai se movendo ao sabor das notícias, que cada vez vão piorando, mas acredito que quando a poeira baixar, teremos recuperações expressivas, quem tiver estômago verá.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

JBS o maior "frigorífico" do mundo

Hoje, dando continuidade às análises das empresas, vou falar um pouco sobre a JBS:

  • É a maior produtora e exportadora de carne bovina do mundo;
  • Líder em vendas de carne bovina no mercado brasileiro, argentino e australiano;
  • 3ª maior produtora e processadora de carne suína dos EUA;
  • É uma grande consolidadora, tendo adquirido mais de 30 unidades nos últimos 15 anos, tendo aumentado sua receita líquida em 1567%, o patrimônio líquido em 1500% e o total de ativos em 609% apenas nos últimos 3 anos;
  • Divide-se em 5 unidades geográficas: JBS Brasil, JBS Argentina, JBS EUA, JBS Austrália e Inalca JBS Itália, o que garante a presença em 110 países;
  • A JBS Brasil possui 22 unidades com capacidade de abate de 18900 cabeças de gado por dia, sendo o maior exportador de produtos bovinos do Brasil com receita de US$ 1,1 bilhão em 2007;
  • A JBS Argentina tem capacidade de abate de 6700 cabeças de gado por dia em 6 unidades e foi responsável por 87% da carne bovina industrializada naquele país;
  • A JBS USA possui 12 unidades de produção com capacidade de abate total de 20500 cabeças bovinas por dia, 47900 cabeças suínas por dia e 4000 cabeças de ovinos por dia;
  • As operações da JBS Austrália são distribuídas através de 9 plantas com capacidade total de abate de 8500 cabeças de gado por dia e 16500 cabeças de ovinos e suínos;
  • Inalca JBS Itália – a JBS possui 50% dessa sociedade tornando-se a maior parceira do MacDonald’s fora dos EUA e a maior produtora de carne bovina industrializada da Europa.

Existem 2 aquisições pendentes de aprovação por órgãos americanos, que se confirmadas levam a JBS ao posto de líder mundial de vendas e de abate de carne bovina, com cifras impressionantes, cerca de US$ 22 bilhões de receita líquida em carne bovina e capacidade de abate de 79,2 mil cabeças de gado por dia.
Resumindo teremos ao fim das aquisições uma empresa com receita líquida de US$ 25 bilhões, Ebitda de US$ 710 milhões ,possuindo 120 unidades de produção e com mais de 60000 funcionários.
Cabe ressaltar que mais de 70% da geração de caixa é realizada em dólares e quase a totalidade da dívida foi contraída em reais, ou seja, em momentos de crise comporta-se como uma ação defensiva, inclusive como o ocorrido hoje, onde o dólar fechou aos R$ 2,312, a bolsa caiu 4,66% e a JBSS3 subiu 5,05%.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Finge que vai,mas não vai

Amigos, nessa segunda fomos pegos de surpresa pela não aprovação do pacote no congresso americano, o que abalou severamente as bolsas em todo o mundo, porém, nesta terça a euforia volta a dar as cartas, acredita-se que neste 01/10 o congresso dará um alento aprovando o tal pacote. Isso está parecendo dança da quadrilha em festa de são joão, o pacote vai sair, ih é mentira.
A minha visão é que estamos caminhando a passos largos para uma recessão global, e a cada dia estou mais convencido disso, vejamos alguns fatos:
  • já é grande a probabilidade de que o PIB na zona do euro tenha se contraído no trimestre findo hoje, o que caracterizaria como uma recessão do ponto de vista técnico, já que também se contraiu no trimestre anterior;
  • o gasto do consumidor americano fica estagnado em agosto, o que já afeta as exportações de países asiáticos;
  • O indicador referente aos preços dos imóveis nas 20 maiores regiões metropolitanas do país teve queda de 16,3% em julho, maior recuo desde a criação do índice, em 2001. Já o índice referente às 10 principais regiões metropolitanas americanas teve queda de 17,5%, maior nos 21 anos em que o indicador é apurado nessa comparação.

Estou muito pessimista quanto ao futuro das aplicações em bolsa neste momento, mesmo que o pacote saia, acredito que os estragos seguirão ocorrendo em decorrência da crise de liquidez e já consigo enxergar o ibovespa abaixo dos 40000 pontos, não custa lembrar que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mastigando a crise

A partir dessa semana passarei a publicar os artigos no máximo até quarta-feira e não mais até a segunda-feira.
Corre um texto na internet, de autoria desconhecida, que reputo sensacional, a saber:
"O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco de seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem titulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia Sifu."
Simples e completo.
Para finalizar gostaria de dizer que mais uma corretora indica a nossa Heringer, vejamos:
"Apesar de maior dificuldade, analistas prevêem futuro promissor para Heringer
Por: Equipe InfoMoney18/09/08 - 12h14InfoMoney
SÃO PAULO - Com base nas estimativas para a produção de soja em 2009, o Itaú alerta para a possibilidade de a Heringer (FHER3) encontrar um ambiente mais desafiador para seus negócios. No entanto, devido ao upside atrativo (235%) a corretora reitera a recomendação de compra de suas ações, com preço-alvo de R$ 34,50 para o final de 2008.Segundo a atualização feita nas projeções de custo para a produção de soja, realizada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), do Ministério da Agricultura, os rendimentos dessa cultura poderão apresentar redução durante o próximo ano, afirmam os analistas.Com a redução das margens dos fazendeiros, a companhia deverá encontrar algumas barreiras quando tentar aumentar seus preços. Com a atual taxa de câmbio, o banco acredita que a soja deveria ser negociada a US$ 14,90 o bushel (aproximadamente 27,21 Kg) para manter a mesma lucratividade do ano passado.ProjeçõesAdemais, os analistas afirmam que a soja deverá ser negociada em um patamar superior, de maneira a justificar a criação de novas áreas para plantações no Brasil, de forma a expandir o mercado para atuação da Heringer. Conforme suas estimativas, a soja deverá ser negociada a US$ 15,00 por bushel em 2009.Tendo em vista esses fatores, a companhia deverá registrar um crescimento sólido de suas receitas, além de acompanhar uma ampliação de suas margens devido a uma redução dos custos em logística para a exportação, assim como a integração de sua nova fábrica e as alterações no mix de vendas, voltado para produtos com maiores margens."
Boa sorte a todos nesses tempos difíceis.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pernas, para que te quero...

O Barclays desistiu de apresentar uma oferta pelo Lehman Brothers por não ter obtido garantias públicas similares às que foram concedidas em março ao JP Morgan, quando este comprou o Bear Stearns, então, não restou outra alternativa ao banco de investimento Lehman Brothers, senão encerrar a sua história de 158 anos, tendo resistido ao longo do tempo a inúmeros eventos marcantes, inclusive a Grande Depressão ocorrida após a Crise de 1929, mas não conseguiu vencer a crise dos subprimes.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, prognosticou nesta segunda-feira uma contração maior do sistema financeiro mundial depois do pedido de concordata do banco de investimentos americano Lehman Brothers, e disse que um longo processo de consolidação dos setores financeiros parece ter se iniciado.

No meio disso tudo, ficou relegado a segundo plano o fato do Banco Popular da China ter anunciado hoje que reduzirá as taxas de juros e o índice de reserva bancário, visando garantir um crescimento econômico estável e rápido, deixando claro que a China está crescendo menos.
Quem me conhece sabe que sou de natureza otimista, mas devo dizer que diante do ocorrido no episódio Lehman Brothers, onde o Fed lavou as mãos, deixando claro que somente intervirá nas situações que gerem risco sistêmico, passo a acreditar que tudo o mais pode quebrar e VAI.

Neste momento em que escrevo, o risco país aumenta 13%, a bolsa cai 6,76%, sem perspectiva de melhora, pelo contrário. Penso que neste momento, aqueles que têm perdas menores que 30%, devam zerar suas posições em bolsa, pois esta já olha para os 43000 pontos, com um pequeno entrave nos 45000 pontos. Salve-se quem puder.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mais crise...

O Governo dos Estados Unidos assumiu o controle das duas maiores companhias hipotecárias do país, a Fannie Mae e a Freddie Mac, que sustentam mais da metade da dívida hipotecária americana.
As medidas devem provocar uma baixa nas taxas de juros para pessoas físicas e impedir uma maior deterioração da crise imobiliária que já é a pior desde o Crash de 1929.
Resumindo, ninguém é capaz de mensurar o real tamanho desta crise, mas é um alento saber que o governo americano está empenhado em mitigá-la.

O texto abaixo foi publicado na quarta-feira passada no site Infomoney, que aparece indicado nos sites imprescindíveis, a saber:

“Aproveitando criação de novo índice, Spinelli lança carteira small caps
Por: Equipe InfoMoney03/09/08 - 10h54InfoMoney
SÃO PAULO - Aproveitando a criação do novo Índice Small Cap, a Spinelli lançou a sua carteira mensal recomendada baseada neste segmento, com oportunidades de investimentos em ações de empresas por vezes fora do foco principal dos investidores. De acordo com a corretora, o critério de escolha dos ativos para seu portfólio são empresas com valor de mercado relativamente baixo, mas que não possuem obrigatoriedade de estarem incluídas nesse novo índice.Confira as recomendações:
Empresa Código Preço-Alvo Upside*
Duratex DURA4 R$ 44,00 58%
Confab CNFB4 R$ 8,50 34%
Metal Leve LEVE4 R$ 55,00 53%
Fertilizantes Heringer FHER3 R$ 30,00 60%
Grupo Peixoto de Castro GPCP3 R$ 3,40 85%
*Potencial de valorização com base na cotação de fechamento do dia 2 de setembro de 2008.
Por que dessas sugestões?
Duratex - conforme destacado, o bom momento vivido pelo setor de construção civil no Brasil e o programa de investimentos para ampliação da capacidade de produção da companhia, tanto no setor de madeira, quando na divisão Deca, de louças e metais, deverão ser os principais vetores para valorização do papel.
Confab - a expansão dos investimentos no aumento da capacidade produtiva das empresas e da infra-estrutura nacional, não só no setor petrolífero e de gás, deve colocar a Confab em uma posição favorável em relação ao aumento do número de projetos, assim como de sua carteira de encomendas.
Metal Leve - na opinião dos analistas, o fator principal para a recomendação das ações da companhia está na melhora de seus resultados operacionais e do crescimento robusto do segmento de motores no Brasil. Ainda, as suas receitas em dólar representam uma proteção natural, em um momento de maior turbulência nos mercados.
Fertilizantes Heringer - o crescimento da demanda do setor, deverá continuar favorecendo os resultados da companhia em um ritmo superior ao da média do mercado, uma vez que os maiores volumes devem permitir ganhos de escala para a empresa e uma melhora consistente em suas margens, afirma a corretora.
Grupo Peixoto de Castro - a recomendação pelo grupo configura uma melhor percepção de mudança em suas operações, propiciada pela reorganização societária concluída no final de 2007 e pelas mudanças estruturais em seus principais mercados de atuação, principalmente na cadeia do metanol.”

Não posso esconder a satisfação de ver 2 das minhas indicações constarem na lista das 5 melhores small caps no momento, segundo a corretora Spinelli.
Evidentemente o mercado não está para peixe, mas sigo acreditando na GPCP3 (http://juliocavalcanti.blogspot.com/2008/08/micos-versus-ao-da-vida.html) e na FHER3(último post de agosto), sendo que agora muito bem acompanhado pela equipe de gestores da corretora Spinelli.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Crise de Crédito

Desde abril os empréstimos bancários nos EUA começaram a ter crescimento negativo quando comparado com os dados mensais do mês anterior, sendo que as exigências para novos empréstimos estão no pico histórico de todos os tempos.
No momento em que os EUA anunciam a 10ª falência de banco no ano, o Federal Deposit Insurance Corp(FDIC), autoridade reguladora que supervisiona os bancos, declara que os EUA podem assistir à falência de até 300 bancos nos próximos 3 anos, sendo que 117 instituições já estão em sua chamada lista problemática, a equipe da consultoria Britânica Begbies Traynor, por sua vez, estima em apenas 100 bancos falidos nos EUA até 2011.
Elucubrações à parte, o fato é que os bancos americanos e europeus terão que se virar para pagar centenas de bilhões de dólares que tomaram antes do aperto de crédito. Uns estão vendendo ativos, outros estão emitindo dívidas mais caras, o problema é que esses recursos estão secando. Só para citar um exemplo o gigante Lehman Brothers já perdeu 85% de seu valor de mercado desde o início de 2007, e já se desfez de posições avaliadas em US$ 140 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano, e mesmo assim, já há quem fale que trata-se da bola da vez.
A recuperação global só virá quando os bancos se livrarem de todos os seus títulos podres, acabando com o aperto brutal de crédito, e isto, ninguém sabe quando ocorrerá.
O fato inequívoco a ser observado é que em todo o mundo o crescimento está se reduzindo e logicamente a demanda por commodities também se reduzirá. Como o índice de nossa bolsa é composto em mais de 50% por ações que transacionam commodities, não há como enxergar um horizonte promissor para nossas ações, portanto, muita cautela com ações desse tipo, conforme havíamos alertado em 28 de julho deste ano, no artigo “Aversão ao Risco”.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A frase "Brasil, celeiro do mundo" foi utilizada pela primeira vez como slogan nacional na ditadura Vargas (1937 a 1945), e ressurge com a afirmação do jornal americano The New York Times de que o Brasil será o maior fornecedor global de alimentos e biocombustíveis.
Apesar de parecer um tanto ufanista, devo dizer que acredito no potencial brasileiro de se consolidar como o maior exportador de alimentos do mundo, e neste prisma, acredito que o fertilizante é a base da nutrição da planta, favorecendo sua produtividade.
A Fertilizantes Heringer S.A. atua há 40 anos na distribuição e comercialização de fertilizantes no Brasil, sendo detentora de 13% desse mercado, tendo produzido e comercializado mais de 3 milhões de toneladas de fertilizantes em 2007.
Principais fatores a serem observados:

Tem um dos menores preço/lucro (5) da bolsa de valores, pressupondo um grande espaço de subida para o papel, tendo em vista que o P/L do Bovespa oscila na casa de 12;
Teve sua IPO (venda de ações em bolsa) finalizada em 17/05/2007, ao preço de R$ 17,00, tendo como coordenador o UBS Pactual, que também é o formador de mercado(responsável pela liquidez) deste papel;
Terminou o 2º semestre com 253 milhões de reais em caixa;
Inaugurou uma unidade de mistura em Iguatama(MG), em agosto, com capacidade de 150.000 toneladas/ano, no 4º trimestre deste ano iniciarão as operações na nova misturadora com capacidade de 150.000 ton/ano, localizada em Catalão, GO. E ainda, deve começar no 4º trimestre a produção de super fosfato simples (SSP), que suprirá 30% das necessidades da Cia, localizada em Paranaguá, SC;
É importante ressaltar que 60% da matéria-prima é importada, portanto, qualquer desvalorização do nosso câmbio impactará negativamente na empresa;
Seus resultados tem sido fantásticos, neste semestre findo em 30/06, apresentou lucro líquido de 97 milhões de reais, 116% maior que o 1º semestre de 2007, o EBITDA aumentou 140% no mesmo período.


É inegável a vocação de nosso país para o agronegócio, e com tranqüilidade temos na Fertilizantes Heringer (FHER3) uma empresa capaz de sufar esta onda.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

MICOS versus AÇÃO DA VIDA

Micos, por definição são papéis de empresas com baixa liquidez e que se movimentam com grandes oscilações, para cima ou para baixo, ou seja, quando sobem, sobem muito e quando descem, também o fazem com muita intensidade. E principalmente, que não demonstram fundamentos técnicos que amparem tais oscilações.
Os micos alimentam o imaginário do investidor, porque suas grandes variações trazem em si, o sonho do enriquecimento rápido.
Ação da vida por sua vez, nada mais é que uma empresa pouco conhecida, preço baixíssimo, mas que apresenta fundamentos sólidos, e simplesmente não foi notada, ainda, pelo mercado.
Tenho motivos que me levam a crer que o Grupo Peixoto de Castro participações,a GPCP3 (já comentei um pouco sobre ela no artigo de 19/07/2008, intitulado “corrida do ouro”http://juliocavalcanti.blogspot.com/2008/07/corrida-do-ouro.html) é a ação da vida, pela razões que passo a expor:

Apresentou no ano lucro líquido de 29,9 milhões de reais, tendo neste 2º trimestre de 2008 alcançado um lucro 1200% maior que o obtido no 2º trimestre de 2007, cabendo aqui ressaltar que em 2007 o prejuízo foi de cerca de 21 milhões de reais, talvez seja a maior reviravolta operacional do mercado acionário;
O EBITDA (Lucro Operacional Líquido antes dos impostos e somam-se os juros, a depreciação e a amortização) acumulado no ano já chega a 81,7 milhões, ou 11 milhões de reais superior a todo o ano de 2007;
A empresa de tubos e equipamentos Apolo (controlada pela holding) especializou-se no segmento de petróleo e gás, tendo capacidade de produção de 200.000 toneladas/ano, só para melhor visualização, essa capacidade representa 40% da maior empresa do setor no Brasil, a CONFAB;
A GPC Química s.a aumentou sua capacidade de produção de metanol para 220.000 toneladas ano, sendo a maior planta de metanol neste país e ainda possui cerca de 70% do mercado de verniz, muito utilizado na construção civil e mais de 50% do mercado de resinas termofixas, para a indústria de painéis de madeira reconstituída (madeira aglomerado-compensada e MDF), através da sua marca SYNTEKO.

Contra ela, pesa o fato de não ter um bom relacionamento com os acionistas minoritários, também não é possível fazer projeções precisas sobre o seu resultado, tendo em vista a pouca quantidade de informações sobre a holding.

Neste momento de crise global que passamos, ter uma ação de baixa liquidez, pode ser positivo, pelo fato de passar incólume pela debandada dos investidores estrangeiros, que certamente não possuem posição nela.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Os recordes e as olimpíadas

As Olimpíadas começaram em 08/08/2008 e muitos recordes serão quebrados, gerando grande alegria para os atletas, técnicos, enfim, todos aqueles que contribuíram de alguma forma, para que tal façanha pudesse ser realizada.
No campo financeiro mundial também recordes estão sendo quebrados, a saber:

O Royal Bank of Scotland, integrante do consórcio que comprou o ABN Amro, teve no semestre o primeiro prejuízo em 40 anos.
A Fannie Mae, maior empresa de créditos hipotecários dos Estados Unidos, anunciou hoje que no primeiro semestre de 2008 perdeu US$ 4,486 bilhões, frente a um lucro líquido de US$ 2,908 bilhões registrado no mesmo período de 2007.
Também nos EUA, a AIG, maior seguradora do mundo, divulgou prejuízo trimestral de mais de US$ 5 bilhões, ante lucro de US$ 4,3 bilhões um ano antes, em razão da crise hipotecária.
Ainda na maior nação do mundo em produto interno bruto, os pedidos de seguro-desemprego atingiram o maior patamar em 6 anos, e já se cogita um novo pacote de estímulo à economia.
Na Alemanha, as encomendas à indústria recuaram pela 7ª semana consecutiva, sendo a mais longa série desde a sua reunificação, ocorrida em 1990.
Por aqui o porto de Santos divulgou que após 17 anos de expansão no movimento de cargas, pode fechar 2008 com uma amarga queda, provocada pela redução nas exportações.
Os balanços dos bancos que já divulgaram resultado mostram uma inédita estabilidade do lucro líquido desse grupo, no comparativo com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento feito pela consultoria Austin Ratings;
As 69 empresas não financeiras que publicaram o balanço do 2º trimestre deste ano mostram um crescimento de apenas 1,8% no lucro líquido em relação ao 2º trimestre de 2007.

A possibilidade de quebra de recordes nas olimpíadas da China terminará em 24 de agosto de 2008, agora, os recordes negativos, no mercado financeiro global, seguirão sem data para terminar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Super-Bolsa


10 motivos para aplicar nas ações da nova bolsa, criada pela fusão da BM&F(BMEF3) com a BOVESPA (BOVH3):

  • 3ª maior bolsa do mundo em valor de mercado, cerca de US$ 20 bilhões;
  • em 2007 foi a 5ª maior bolsa do mundo em recursos captados em IPOs (captação de recursos, via emissão de ações);
  • também foi a 6ª maior em derivativos no mundo, no ano passado;
  • tem 80% do volume negociado no mercado de ações da América Latina;
  • 10ª maior empresa listada no Brasil em valor de mercado;
  • tem cerca de 4 bilhões de reais em caixa;
  • sinergias de 25% nas despesas operacionais até 2010, cerca de 100 milhões de reais;
  • vocação consolidadora de mercado, deverá liderar o processo de integração das bolsas latino-americanas;
  • está previsto para o 4º trimestre deste ano, a integração com a CME – Bolsa mercantil de Chicago, na prática, significa uma expansão de 700 telas de negociação para mais de 100 mil, em mais de 80 países de 4 continentes;
  • hoje o volume médio negociado na bovespa é de 5,5 bilhões de reais e as previsões para 2018 giram em torno de 21 bilhões de reais, um aumento de 282%.

    Resumindo, pode até cair mais, porque o índice caminha a passos largos para os 53 mil pontos, mas na faixa de 12,00, a BMEF3 dará grandes alegrias nos próximos anos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Aversão ao risco

A crise de crédito dos EUA provocou o fechamento de mais dois bancos na última semana, totalizando em sete o número de bancos americanos que quebraram nesse ano.
De janeiro até o dia 22 deste mês, os estrangeiros já retiraram da bolsa a bagatela de US$ 7,9 bilhões, e calcula-se que ainda restam US$ 12,2 bilhões passíveis de baterem as asas para “terras mais seguras”.
Nesta segunda-feira, o FMI divulgou relatório em que avalia como frágil a situação dos mercados financeiros globais e diz que permanecem elevados os riscos sistêmicos.
O BCE –Banco Central Europeu subiu a sua taxa básica de juros em 0,25, na reunião de julho, para 4,25%, foi a primeira elevação desde junho de 2007. Este aumento foi uma resposta dada à inflação anual de 4% na região do euro. Este aumento é preocupante para países como Irlanda e Espanha que sofrem com o declínio nos preços imobiliários, que por conseqüência parecem caminhar para uma estagflação (Inflação alta combinada com baixo crescimento).
Por aqui, o COPOM (comitê de política monetária) subiu a SELIC para 13% ao ano em sua última reunião, para combater a inflação que já ameaçava estourar o “limite” de 6,5% ao ano.
O que acontecerá com a economia mundial doravante? Sem nenhum medo de errar, digo que a incerteza nos guiará. Portanto, devemos nos manter com posição reduzida no mercado variável (máximo de 10% do capital livre), mantendo distância das outrora queridinhas da bolsa (PETR, VALE e Siderúrgicas).

sábado, 19 de julho de 2008

Corrida do ouro

Entre 1848 e 1855, dezenas de milhares de pessoas foram atraídas para a Califórnia com a esperança de acharem ouro e ficarem ricas, no entanto, a maioria voltava para casa de mãos abanando. Não foi o que aconteceu com os felizes vendedores de pás e picaretas.
Recentemente, o Brasil tornou obrigatória a mistura de 3% de biodiesel ao diesel vendido no país, ou seja, serão necessários cerca de 1,3 bilhões de litros de biodiesel para suprir a demanda anual.
Em bolsa, a representante deste setor é a Brasil Ecodiesel, então podemos imaginar que esta empresa esteja surfando na onda dos biocombustíveis, certo?
Errado, graças a uma triste combinação de altos preços dos óleos vegetais e preços do biodiesel não suficientes para compensar os custos, levaram-na a apresentar prejuízo da ordem de 15 milhões de reais no 1º trimestre deste ano.
No custo da produção do biodiesel temos como principal item o óleo vegetal (79%), seguido pelo metanol (9,8%), o restante podemos resumir como, outros insumos, mão de obra, custos gerais e depreciação.
Analogamente aos vendedores de picaretas e pás, quem produz metanol está rindo à toa, porque tudo que se produz é vendido.
O Grupo Peixoto de Castro (GPCP3) possui a maior planta de metanol do Brasil (PROSINT), com capacidade para produzir 200.000 toneladas/ano. No 1ºtrimestre deste ano viu o seu lucro dobrar para cerca de 8 milhões de reais, em relação ao 1ºtrimestre de 2007.
A holding (GPCP3) é formada também pela Metanor que também produz metanol e cujo controle é dividido com a Petrobrás Química s.a., Apolo que fabrica tubos para a área de petróleo e gás e a Synteko, tradicional fabricante de resinas para a construção civil. Cabe ressaltar que a Synteko e a Prosint se fundiram, formando a GPC química no fim do ano passado.
No 1ºtrimestre deste ano o grupo apresentou lucro líquido de 18,4 milhões de reais, cerca de 163% maior que o 1º trimestre de 2007, sendo que a receita líquida foi de 207 milhões de reais, apenas para efeitos comparativos, a Brasil Ecodiesel apresentou no mesmo período receita líquida de 167 milhões de reais.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Perguntas

Nesta semana vou responder a duas perguntas:
1. “o momento agora é de compra ou devemos ficar de fora do mercado. A bolsa cai mais ou não?” – Luís Henrique, São Paulo
Luís, para uma visão de médio prazo (6 meses a 2 anos) e principalmente, entendendo que a bolha de commodities desinflará vagarosamente, sim ao redor de 58 mil pontos é um bom ponto de entrada na bolsa, podendo em uma situação de estresse atingir 53 mil pontos, nada além disso. Mas se a bolha estourar e com isso ocorrer a quebra de alguns hedge funds, então, teremos a total aversão ao risco, podendo levar a bolsa aos 30 mil pontos.

2.“como fazer para duplicar o capital investido em 12 meses, com baixo risco?” – Roberto Breves, Rio de Janeiro
Ah! Se eu soubesse.....
Roberto, nenhuma pessoa séria ousaria lhe indicar um caminho a seguir, eu tão pouco o farei.
Com baixo risco no Brasil, só posso lhe indicar a poupança, o problema é que ela lhe renderá entre 5% e 6% nos próximos 12 meses, o que ficaria bem longe do seu objetivo.
Para obter melhores rendimentos, há que se incorrer em mais riscos, e para isso recomendaria uma parcela de até 40% do capital livre em renda variável, 30% em títulos públicos atrelados a índices de inflação IGP-M e IPCA (NTN-C e NTN-B, respectivamente) e 30% em títulos indexados à taxa selic (LFT).
É importante dizer que esses títulos são negociados no Tesouro Direto, por meio de um agente custodiante, ou seja, trata-se de um sistema de negociação de títulos do governo federal via internet, site http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro%5Fdireto/
Pelo último ranking divulgado em junho, o BB aparece na liderança em número de operações no tesouro direto, e cobra para essa intermediação, 0,50% ao ano de taxa de administração. Em seguida aparece a CEF (0,40% ao ano), em terceiro a SOCOPA, que não cobra taxa de administração, ou seja, vale a pena consultar as taxas de administração,divulgadas no site, antes decidir aplicar nesta modalidade de investimento.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Inflação e as ações

Recentemente, o Banco Central revisou para 6%, a expectativa da inflação para esse ano, ressalta-se que em março a previsão era de 4,6%. Em função disso, os contratos dos juros futuros, negociados na BMF para janeiro de 2010 saltaram de 12,81% para 15,14% neste semestre.
A previsão para a inflação global é de 8%, ante 5% em 2007, ou seja, trata-se de um movimento generalizado, onde as taxas de juros subirão em meio a uma crise de crédito, apontando para uma retração mundial.
Neste contexto, recomenda-se uma postura conservadora em relação ao mercado acionário, pois, apesar de não sofrermos com a recessão, teremos um crescimento menor, o que certamente afetará a projeção do balanço das empresas.
Para aqueles que não vivem sem a adrenalina da bolsa, recomendo o setor bancário (Banco do Brasil e Bradesco), levando em conta a alta expressiva na taxa de juros, juntamente com aumento no volume de empréstimos.
Na outra ponta, recomendo cautela com relação aos setores do varejo (Lojas Americanas e Pão de Açúcar), que serão prejudicados com o aumento da taxa de juros e da inflação, que corroerá ainda mais o poder de compra da população.

Mande perguntas para juliocavalcanti1205@gmail.com